Santo Antônio de Pádua foi canonizado pelo Papa Gregório IX em 30 de maio de 1232, tendo seu dia comemorado em 13 de junho. Sua formação religiosa advém desde a adolescência, quando ingressou no Mosteiro de São Vicente de Fora com apenas 15 anos. Após ser ordenado sacerdote, juntou-se à ordem dos Franciscanos, iniciando uma missão para o Marrocos[1].

Após uma vida de devoção e pregação, Santo Antônio veio a falecer em 13 de junho de 1231, sendo a ele atribuído diversos milagres, que iniciaram menos de um ano após a sua morte.

No Brasil, o dia de Santo Antônio é celebrado por todos os católicos, em especial no Nordeste, onde sua devoção o torna um dos Santos mais conhecidos do país. Dentre as tradições, está a do “pão de Santo Antônio”, distribuído todas as terças-feiras em Igrejas com tradições franciscanas, como símbolo da vida, fraternidade e um convite à divisão dos bens materiais no combate às diferenças do mundo[2].

O pão, que Jesus multiplicou para partilhar, é utilizado por católicos em seus atos de fé. No caso, o pão da missa de Santo Antônio é, costumeiramente, colocado em latas de mantimentos (farinha, feijão, arroz, etc.), representando a fatura para quem o guarda. Esta tradição dos fiéis vem da própria história do Santo e seus gestos de bondade com os pobres.

No entanto, nenhuma tradição é tão forte quanto a do “santo casamenteiro”. Conforme tradições, Santo Antônio, ainda em vida, teria sido opositor dos casamentos combinados por interesse das famílias, o que ele chamou de mercantilização do casamento. De outro modo, dizem que um dos primeiros milagres foi de uma jovem, sem dinheiro para casar, rezou ao Santo, e uma estátua entregou um bilhete que foi levado ao comerciante da cidade, recebendo, em troca, moedas de pratas equivalente ao peso do bilhete.

Em entrevista ao G1[3], o Padre Elílio de Faria Matos Júnior, da Arquidiocese de Juiz de Fora, assim explanou:

“Julgando irrisório o peso do bilhete, o comerciante aceitou, mas, quando colocou o bilhete num dos pratos da balança, foi preciso que se colocasse no outro, 400 escudos de prata. O comerciante logo se lembrou o que havia prometido a Santo Antônio no mesmo mês”.

Já a Festa Junina surgiu como tradição na Europa, sendo trazido ao Brasil pelos portugueses, onde atualmente é comemorada a “Festa dos Santos Populares”, em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro.

No entanto, apesar de todas as tradições populares, riquíssimas em cultura e folclore, o mais importante é procurar uma devoção madura, que veja no Santo um modelo de vida e de doação, um exemplo de encarnação da boa notícia de Jesus, uma inspiração para o caminho de humanização e de elevação espiritual.

Assim, que Santo Antônio interceda por nós, para que possamos – junto às fogueiras juninas – mantermos nossos corações aquecidos com o fogo de Pentecostes.

 

Raul Messias Lessa
Arquidiocese de Maceió-AL
Paróquia de Santa Catarina Labouré

 

Notas:

[1] Disponível em: https://www.ebiografia.com/santo_antonio_de_lisboa/. Acessado em 13 de junho de 2022.

[2] Disponível em: https://conventodapenha.org.br/a-tradicao-do-pao-de-santo-antonio/. Acessado em 13 de junho de 2022.

[3] Disponível em: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2022/06/13/santo-antonio-conheca-a-historia-milagres-e-a-crenca-catolica-pelo-padroeiro-de-juiz-de-fora.ghtml. Acessado em 13 de junho de 2022.