No dia após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a festa do Imaculado Coração de Maria, a fim de mostrar que estes dois corações são inseparáveis e que Maria sempre leva a Jesus.
No dia 4 de Maio de 1944, o Papa Pio XII ordenou que esta festa fosse observada em toda Igreja para obter a intercessão de Maria para a paz entre as nações, a liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores e o amor pela pureza e pelas virtudes. Dois anos mais tarde o mesmo Papa Pio XII consagra o gênero humano ao Imaculado Coração de Maria.
Foi sobretudo a partir das aparições da Virgem Maria em Fátima que a devoção tomou grande impulso, conforme escreveu o Cardeal Cerejeira: “A Missão especial de Fátima é a divulgação no mundo do culto ao Imaculado Coração de Maria.”
A revelação da devoção ao Imaculado Coração começou na segunda aparição da Santíssima Virgem Maria. Esta aparição ocorreu em 13 de junho de 1917, em Fátima, Portugal, aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta.
A Virgem Maria disse à pequena Lúcia: “Ele [Jesus] quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”[1]. Logo após ouvir essas palavras, os pastorinhos viram Nossa Senhora com um coração na mão, cercado de espinhos. As três crianças compreenderam que aquele era o Coração Imaculado da Santíssima Virgem, ofendido pelos pecados da humanidade, que necessitavam de reparação.
Em dezembro de 1927, dois anos após a revelação da Virgem Maria a Lúcia da devoção reparadora dos cinco primeiros sábados, Lúcia deu a conhecer as palavras de Nossa Senhora: “Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que, durante cinco meses, no primeiro sábado, confessarem-se, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço, e Me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”[2].
A Virgem Maria nos deu uma confirmação do Céu e um novo impulso à devoção dos primeiros sábados, unindo-a com a devoção ao seu Imaculado Coração.
E por que cinco sábados em reparação ao Imaculado Coração?
Irmã Lúcia, durante uma de suas orações, na noite do dia 29 para 30 de maio de 1930, o nosso Senhor Jesus Cristo revelou a ela a razão da devoção dos cinco primeiros sábados: “Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias contra o Imaculado Coração de Maria:
1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – Contra a Sua virgindade;
3 – Contra a Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
5 – Os que a ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.
Eis, minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria me levou a pedir essa pequena reparação; e, em atenção a ela, mover a minha misericórdia ao perdão para com essas almas que tiveram a desgraça de a ofender”[3].
Então, como praticar a devoção dos cinco primeiros sábados?
Para praticar perfeitamente essa devoção, devemos – durante cinco primeiros sábados de cinco meses seguidos, na intenção geral de reparar nossos próprios pecados e os de toda a humanidade contra o Coração Imaculado de Maria – realizar quatro atos de piedade:
1 – A Confissão: Na confissão, que deve ser realizada preferencialmente no primeiro sábado, é indispensável a intenção de reparar as ofensas contra o Imaculado Coração de Maria.
2 – O Terço: A tradicional oração do Terço Mariano também faz parte da devoção dos cinco primeiros sábados, que deve ser rezado na intenção da reparação do Imaculado Coração da Santíssima Virgem.
3 – Os 15 minutos de meditação dos mistérios do Rosário: Nossa Senhora pediu que fizéssemos companhia a ela durante pelo menos 15 minutos, meditando sobre os 15 mistérios do Rosário, na intenção da reparação ao seu Imaculado Coração.
4 – A comunhão: É um ato essencial da devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria. Recordemos também que a comunhão milagrosa, dada aos três pastorinhos de Fátima pelo Anjo da Guarda de Portugal, no outono de 1916, teve um caráter eminentemente reparador.
Quando celebramos a festa do Imaculado Coração de Maria saboreamos a insondável bondade de Deus que desejou amar com um coração humano, um coração da Sua Mãe.
Foi no coração Imaculado de Maria, que o Senhor encontrou um espaço transbordante de santidade, beleza e doação total.
Devemos contemplar e imitar o Coração de Maria, que é fonte de graças e virtudes.
Que os Corações unidos de Jesus e Maria sejam nossa salvação.
Jéssica Delmoni
Paróquia de Santa Catarina Labouré
Arquidiocese de Maceió
Referências
[1] SANTUÁRIO DE FÁTIMA. A segunda aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria (13.06.1917), p.4. http://www.fatima.pt/files/upload/estudos/E008_A%20segunda%20aparicao%20de%20Nossa%20Senhora.pdf
[2] CAPELA. A devoção reparadora dos cinco primeiros sábados do mês. http://www.capela.org.br/Artigos/convidados/delestre1.htm#_ftnref11
[3] SANTUÁRIO DE FÁTIMA. Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. http://www.santuario-fatima.pt/pt/news/devocao-cinco- primeiros-sabados