Agosto é conhecido pela Igreja do Brasil como o mês das vocações, período em que todos são convidados a rezar e refletir sobre esse tema. Essa tradição foi instituída nacionalmente em 1981, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de promover a conscientização das comunidades sobre a responsabilidade que exercem no processo vocacional.
Acolhendo o papel de reanimar o coração de todos os católicos no caminho de busca e perseverança para atender ao chamado de Deus, a liturgia de cada domingo de agosto apresenta uma vocação específica, dedicando-se a rezar por cada uma delas.
O primeiro domingo (04) deste mês celebrou a vocação para o ministério ordenado: diáconos, padres e bispos. Eles exercem um valioso papel na Igreja, pois através do sacramento da Ordem dão continuidade a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos, cada qual a seu modo compõe a unicidade do sacerdócio de Cristo.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que esse sacramento “confere um dom do Espírito Santo, o qual permite exercer um poder sagrado, que só pode vir do próprio Cristo, por meio de sua Igreja”. Pela ordenação o sacerdote age na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja, e o exercício desta autoridade deve ser medido pelo modelo de Jesus que, por amor, se fez o último e servo de todos (CIC. 1538 e 1551).
Descobrir se este é ou não o projeto de Deus para a sua vida nem sempre é imediatamente claro. Ele tem um jeito particular de escolher os seus, conversa com o coração, manda sinais, utiliza outras pessoas como instrumento para transmitir a Sua vontade. Cabe ao vocacionado a decisão de responder livremente a esse convite.
O Padre Paulo Henrique Almeida (Diocese de Anápolis-GO) é um jovem que iniciou o compromisso com sua caminhada cristã ao ingressar no Segue-me em 2001, com apenas 13 anos de idade. O sacerdote considera esse momento como seu “nascimento espiritual”. Ao se aprofundar no serviço dentro do movimento e da igreja, sentiu que Deus queria algo além do que ele já ofertava, e sua vontade de corresponder crescia.
“Eu ficava impressionado ao perceber o que Deus fazia na vida das pessoas em um final de semana, percebi que não nasci para um final de semana, eu queria doar a minha vida inteira para Deus. No ministério sacerdotal eu posso viver para Cristo, ser instrumento da salvação de Deus no mundo”, disse ele ao comentar sobre a importância do movimento Segue-me em sua formação religiosa.
Padre Paulo conta que entrou na faculdade de jornalismo em 2004 e que seu projeto de vida era fazer mestrado e doutorado na área de comunicação. No entanto, o período de 2008 a 2010 foi de grande inquietação e dúvida, e só após fazer de verdade a pergunta sobre qual a vontade de Deus para sua vida foi que ele recebeu a sensibilidade de perceber o projeto divino e reconheceu que sua vocação era mesmo o sacerdócio.
Aos 23 anos ele entrou no seminário e em 2017 foi ordenado. Atualmente, é coordenador da Pastoral Vocacional na Diocese de Anápolis-GO.
Sobre o processo de descobrir e aceitar essa vocação ele avalia que sua dificuldade não residiu no discernimento, mas sim em ter a coragem de dar o passo para viver esse chamado. No exercício de seu ministério ele observa em muitos jovens que “não há dúvida do que Deus pede, pois no fundo de seu coração, se a pessoa for sincera na oração, ela vai perceber que Deus revela seu plano de amor. Então é ter a coragem para deixar tudo e seguir Cristo no projeto de felicidade, realização e salvação”.Ainda diz que a vocação sacerdotal é um dom imerecido, fruto apenas da escolha de Deus, e que é muito feliz por ter encontrado o seu lugar no mundo e na Igreja, onde consegue descansar o coração com alegria e gratidão por sentir que esse é o plano de Jesus para sua vida.
O padre aconselha que os jovens seguidores tenham a ousadia de rezar com todo coração a Oração do Seguidor e cita o trecho que o conduziu para uma reflexão sincera: “O que queres de mim? Seguir-te para onde? Para quê? Senhor, mostra-me o que queres, pois me coloco à Tua disposição”. Ele afirma que é a intimidade com o Espirito Santo que vai dar a sensibilidade para entender a cada dia o plano divino. Ao fim, pede que as pessoas confiem que Deus não nos tira nada, ao contrário, Ele tudo nos dá.
O Segue-me apresentará toda semana, ao longo deste mês, conteúdo sobre as vocações. Acompanhe aqui no site e nas redes sociais. Vamos juntos buscar, aprender e viver com alegria e fidelidade a vocação que Deus nos propõe.
“Criaste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração estará inquieto enquanto
não descansar em ti”. (Santo Agostinho)