“O importante, aos olhos de Deus, é que independente do que escolhermos para nossa vida, nós devemos caminhar juntos d’Ele. “

A vocação é o chamado individual. Todos nós, em nossa singularidade, temos alguma vocação e devemos, junto aos Dons do Espírito, trabalhá-la, fortalecê-la e colocá-la à disposição do que Deus quer para nós. Contudo, a algumas pessoas foi reservada uma vocação distinta, as quais encontramos bem descrita no texto do Professor Felipe Aquino (2019): a da inteira doação a Deus, sem querer nada para si, tentar ser como Jesus em seus gestos, e, abraçar o celibato com gosto, renunciando uma família terrena com companheiro(a) e filho(a)s para o serviço a Deus. Estas pessoas, têm em seu chamado a vocação religiosa.¹

Muitos jovens questionam: qual a minha vocação? Alguns têm a vocação do cuidado com o outro, seguindo para a área da saúde; outros têm vocação nas obras que constroem e transformam o mundo; há quem goste das leis e queira nelas fazer sua vida e obra social. É comum que em uma época da vida onde tantas coisas são apresentadas, os jovens fiquem em dúvida sobre a sua vocação na vida religiosa.

 

Tentando solucionar essa dúvida, o site da Canção Nova nos traz alguns sinais indicativos da vocação religiosa, tais são²: (1) ter vontade de se entregar totalmente a Deus sem reservas; (2) desejo de trabalhar com Jesus pela salvação das almas sem pensar em um projeto de vida; (3) amar a Igreja de todo coração e tê-la como Mãe e Mestra, sendo submisso aos seus ensinamentos; (4) desejar viver uma vida de penitência, simplicidade, pobreza e obediência irrestrita aos seus superiores; (5) disposição a dar a vida pela Igreja de Jesus Cristo.

Segundo Grossi³, a identidade religiosa é construída na busca da santidade. Cita um Padre, que durante homilia afirmou que todo mundo deve desejar a santidade, porque é pela dedicação total ao outro que se chega a Deus. Assim, devemos nos recordar que a santidade é um chamado e deve ser buscado pelo cristão, em especial pelos que pretendem seguir a vocação religiosa, afinal, o intuito é sempre o de se aproximar cada vez mais d’Ele.

Certa vez, escutei de um Frei, em missa nos Conventos Capuchinhos de Maceió: “Não são os milagres que definem um santo, mas sua história de vida”. É uma verdade inquestionável. Os santos nos aproximam de Deus não somente por milagres, mas pela sua dedicação à Igreja e ao serviço. Suas vidas foram e continuam sendo exemplos de abdicação com amor e ternura.

Desta forma, que consigamos encontrar nossa vocação. Se não a religiosa, que seja familiar. O importante, aos olhos de Deus, é que independente do que escolhermos para nossa vida, nós devemos caminhar juntos d’Ele. Ele quer ser parte de cada decisão nossa, de cada vitória e de cada derrota. Que você possa escutar o seu chamado e descobrir qual a sua real vocação.

 

Por fim, em meio às dúvidas, devemos relembrar Padre Zezinho na música “Amar como Jesus amou”4, que, ao ser abordado por uma criança questionando o que era preciso para ser feliz, não hesitou em dizer: “Amar como Jesus amou. Sonhar como Jesus sonhou. Pensar como Jesus pensou. Viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentia. Sorrir como Jesus sorria. E ao chegar ao fim do dia, eu sei que eu dormiria muito mais feliz”.

 

Raul Messias Lessa

Arquidiocese de Maceió/AL

Paróquia de Santa Catarina Labouré.

 

Referências:

  1. AQUINO F. A Vocação sacerdotal. Editora Cléofas. 05 de agosto de 2019. Disponível em: https://cleofas.com.br/a-vocacao-sacerdotal/
  2. AQUINO F. Como identificar a vocação sacerdotal e religiosa? Disponível em: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/vida-religiosa/como-identificar-vocacao-sacerdotal-e-religiosa/
  3. GROSSI MP. Jeito de freira: Estudo antropológico sobre a vocação religiosa feminina. Pesq., São Paulo (73): 48-58. Maio de 1990. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/1096/1101
  4. PADRE ZEZINHO. Amar Como Jesus Amou. Disponível em: https://www.cifraclub.com.br/padre-zezinho/amar-como-jesus-amou/