Estamos vivendo a Quaresma. Tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos.

Na quaresma praticamos, mais do que nunca, a oração, o jejum e a esmola.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de tudo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

Então, por que não celebramos memórias no tempo quaresmal?

A memória é geralmente a celebração de um santo, mas pode ainda celebrar algum aspecto de Jesus ou de Maria. Toda memória tem ao menos uma oração própria de abertura.

Durante a Quaresma, usa-se apenas a oração coleta do santo; todo o resto é o ordinário daquele dia, já que o foco do tempo quaresmal é a Pascoa de Jesus.

O fator fundamental de não celebrar memórias consiste em procurar que a Quaresma não fique obscurecida por celebrações alheias à mesma. Precisamente para obter este fim, o Calendário romano procurou afastar deste tempo as celebrações dos Santos.

Durante todo o período Quaresmal só se celebram um máximo de quatro festividades (além de alguma solenidade ou festa dos calendários particulares): São Cirilo e São Metódio (14 de fevereiro); a Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro); São José, casto esposo da Virgem Maria (19 de março) e a Anunciação do Senhor (25 de março).

E mesmo diante dessas celebrações, não deve ser passada a de que as mesmas “interrompem” a Quaresma, mas sim terá que inscrever estas festas na espiritualidade e na dinâmica deste tempo litúrgico.

Com respeito à memória dos Santos, terá que recordar que durante a Quaresma todas elas são livres e se celebrarem, deve-se fazer com ornamentos roxos, e do modo como indicam as normas litúrgicas.

A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.

 

Jéssica Delmoni

Paróquia de Santa Catarina Labouré

Arquidiocese de Maceió