O mês de julho é dedicado ao Preciosíssimo Sangue de Jesus, onde nós, cristãos, somos motivados a honrar o Seu Precioso Sangue que fora derramado para o perdão de todos os pecados. Uma devoção estabelecida ainda no século XIX, durante a Primeira Guerra Italiana pela Independência, que continua a habitar o nosso tempo e nos leva a refletir sobre o poder do Sangue de Cristo na contemporaneidade cristã. 

Nas palavras de São João XXIII, parafraseado por São João Paulo II, na Carta Apostólica Angelus Domini: “uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa”, sobre o Sangue de Cristo. 

Nas palavras da irmã de caminhada Janaína Teixeira (2021), da Comunidade Shalom: “O sangue é vida, e toda vez que pensamos na expressão ‘derramar o sangue’, lembramos do martírio, da doação e, com isso, pensamos em Jesus. Ele derramou o próprio sangue por nós. A partir deste fato, existe uma devoção particular na Igreja Católica que está ligada à Paixão de Jesus Cristo: é a honra do seu Preciosíssimo Sangue”. 

Assim, o mês de julho é dedicado ao Preciosíssimo Sangue, e somos encorajados a refletir sobre o profundo sacrifício de Jesus e o derramamento de seu sangue para a humanidade. 

 “Isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados” (Mt 26, 28). Destarte, na reflexão do Prof. Felipe Aquino, o Sangue de Cristo representa a Sua vida humana e divina, o valor infinito, oferecido à Justiça Divina para o perdão dos pecados terrenos, em todo o tempo e lugar. 

Em todas as missas este sacrifício é renovado. Diariamente, a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza esse sacrifício expiatório pela redenção da humanidade. Portanto, o catecismo católico nos ensina que nenhum homem poderia tomar o pecado da humanidade e tomar para si, apenas o filho de Deus poderia fazê-lo, e o fez. O Verbo Divino se fez carne, assumiu a natureza humana e sacrificou-se, eternizando seu valor infinito e se entregando à morte para que tenhamos vida. 

Por fim, não poderíamos encerrar de maneira melhor que o fez o Prof. Felipe Aquino, em texto disponibilizado no site da Canção Nova. Com o convite de reflexão e participação dos sacramentos de Nosso Senhor, façamos, juntos, a comunhão espiritual do Corpo e do Sangue de Cristo: 

Esse Sangue redentor está à nossa disposição também no sacramento da confissão. Pelo ministério da Igreja e dos sacerdotes, o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a nossa alma com o Seu precioso Sangue. Infelizmente, muitos católicos ainda não entenderam a profundidade desse sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e psicológicas.

O Catecismo ensina que, pelo Sangue de Cristo, a Igreja pode perdoar qualquer pecado: “Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mais culpado que seja, que não deva esperar com segurança o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero. Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (cf. n. 982).

Esse Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. “O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor ” (1 Cor 10,16-27).

“Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,53-56).

É pelo Sangue de Cristo que os santos e os mártires deram testemunho de sua fé e chegaram ao céu: “Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14).“Estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e de seu eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).

É pelo Sangue derramado que Ele venceu e se tornou Rei e Senhor: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus. Um nome está escrito sobre o seu manto: Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19,13-16).

Que Ele esteja conosco. 

Maceió, 18 de julho de 2021. 

Tios Raul Lessa e Jéssica Delmoni
Paróquia Santa Catarina Labouré
Arquidiocese de Maceió/AL

 

Referência:

  1. https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/julho-mes-do-sangue-de-cristo/