“Eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel.” (Is 7, 14)
O anúncio da vinda do Salvador foi um notícia transmitida por toda Terra de geração em geração. A passagem que está no Livro do Profeta Isaías nos parece tão concreta e verdadeira – talvez por vivermos depois de Cristo -, que, às vezes, esquecemos o quanto Deus avisou aos seus séculos antes Quem estava por vir, e aqueles que acreditaram na promessa, viveram o tempo da expectativa.
A cidade escolhida foi a menor da Judéia, Belém. O Rei dos Céus, Criador de todas as coisas, nasceu dentro de uma estrebaria, envolto numa faixa de pano e foi colocado na manjedoura. A profecia se cumpriu da forma mais humilde possível: um Deus que se tornou carne, e como criança se colocou aos cuidados dos homens. Sendo imensamente rico e grande, Ele se fez pobre e pequeno, e dessa forma, toca a realidade até mesmo dos mais simples.
Ao refletir sobre o Nascimento de Jesus, o Pe. Lucas Mendes da Diocese de Porto Alegre comenta que, com esse acontecimento, Deus dá dignidade ao homem desde a concepção: assumiu a totalidade da natureza humana sem saltos, nasceu e se desenvolveu no seio de uma família, e a graça foi acontecendo diante de todos, no ordinário do dia a dia.
A representação do presépio como conhecemos foi criação de São Francisco de Assis, que, inspirado pelo Espírito Santo, conseguiu transmitir para todos a imagem dessa noite tão especial. Hoje, diante do presépio físico ou daquele que você guarda em seu imaginário, eu te convido a mergulhar nesse Mistério de fé; a se colocar diante da Sagrada Família que confiou em Deus e aceitou participar do projeto de Salvação; a também olhar para os outros que compõem essa cena da Natividade do Menino Deus, e meditar sobre quanta honra e felicidade é poder contemplar diante dos olhos a Verdade Encarnada, a promessa realizada bem na sua frente.
Da mesma forma, podemos estender nosso olhar para a Eucaristia e nos aproximar dela, contemplar na simplicidade do pão o necessário e essencial para alimentar nossa alma. Ao viver com a nossa natureza humana, Deus nos dignifica e mostra como trilhar o caminho da santidade. É justamente na noite escura da nossa alma, onde escondemos nossas falhas e pecados, que Ele deseja renascer e trazer a luz que não se apaga.
Muito além da comida ou dos presentes, o que não pode faltar neste dia é a reunião da família e a presença de Jesus no centro de nossas vidas. Independentemente de ter conseguido fazer alguma doação ou caridade em Dezembro, que neste Natal possamos nos doar de forma especial aos nossos familiares, sendo generosos no servir e no falar. Que nosso comportamento seja a expressão concreta de que Cristo nasceu e vive no meio de nós!
“Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor!” (Lc 2, 11)
Um Feliz e Abençoado Natal para todos nós!
Savina Camelo
Paróquia Santa Catarina de Labouré.
Arquidiocese de Maceió/AL.