“É incrível saber que há um mês inteiro para homenagearmos a Mãe do Cristo, Mãe do mundo. Ainda mais, nos tempos atuais em que o mundo enfrenta o maior desafio desde a II Guerra Mundial: A Pandemia da Covid-19.”

Maria de Nazaré é sem dúvidas uma das personagens bíblicas que mais mexe com os corações dos fiéis, principalmente no coração dos católicos, que a têm como mãe intercessora. Ninguém é indiferente a Maria. Diante disto, o mês de maio é regado de homenagens à mãe de Deus, à “Bendita entre as mulheres”. Deste modo, vamos discorrer sobre o porquê de este mês ser dedicado a ela, de igual modo o amor dela por nós e como podemos nos unir em uma corrente de oração para vencer a pandemia da Covid-19.

É certo que a mãe de Jesus é celebrada também em outros meses, a depender de como Maria, a “Mãe do Mundo” aparece a seus fiéis. Segundo o Cardeal John Henry Newman, em sua obra “Meditações e Devoções”, o mês de maio é celebrado com base no calendário do norte europeu, quando da Primavera européia – após o frio do inverno – os pastos ficam mais verdes e os dias mais longos. Logo, o mês de maio é conhecido como “mês das flores”, auge da primavera européia.

Nas palavras do Ir. Alcídio Miranda, é significativo que Maria tenha escolhido este mês para aparecer aos três pastorinhos em Fátima (Portugal), exortando todos os homens à oração, penitência e suplica: “Rezem o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra”.

É incrível saber que há um mês inteiro para homenagearmos a Mãe do Cristo, Mãe do mundo. Ainda mais, nos tempos atuais em que o mundo enfrenta o maior desafio desde a II Guerra Mundial: A Pandemia da Covid-19. Saber que Maria intercede por nós é termos a certeza que, nas palavras do Cardeal John H. Newman: “depois do frio e da neve do inverno, da cruel atmosfera, do vento selvagem e das chuvas da primavera (…) os dias se tornam longos, o sol nasce e se põe tarde. Porque semelhante alegria e júbilo externo da natureza são os melhores acompanhantes da nossa devoção àquela que é a Rosa Mística e a Casa de Deus”.

Rodrigo Alvarez lembra que: “depois de ver o filho sofrer como se pode imaginar que nenhum homem tivesse sofrido antes, depois de ver o sangue do seu sangue escorrer pelas ruas até sair pelos portões da Cidade Santa e chegar à montanha, Maria não precisará de nenhuma escritura para lhe explicar o significado da palavra inferno”.

O fato é que Maria sofreu a pior das dores para uma mãe, viu seu filho, sangue de seu sangue, ser morto e pôde viver o inferno na Terra. Parece imitar seu filho que “desceu à mansão dos mortos”, mas desceu para resgatar as almas que lá estavam. Assim, após sua Assunção, Maria faz diversas aparições para cuidar e proteger os seus. Aparece ao jovem Juan Diego no morro de Tepeyac e diz: “Não estou aqui, eu que sou sua mãe?”, ganhando o título de Nossa Senhora de Guadalupe, “Imperatriz das Américas”, segundo João Paulo II.

Do mesmo modo, após alguns anos, Maria aparece à Bernadette e afirmou: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Tal afirmação deixou o Padre Peyramale extasiado, pois, de acordo com Rodrigo Alvarez (2015): “a aparição de Lourdes confirmava um dogma que era muito discutido pelos críticos da Igreja Católica e que, apenas quatro anos antes, havia sido oficializado pelo Vaticano: Maria nasceu imaculada, ou seja, sem máculas, sem manchas. Nasceu livre do pecado original”.

Então, é notório que Maria aparece aos seus nos momentos das maiores dificuldades e desafios. Sem deixar de ser a mãe de Cristo, ela acolhe todo o mundo em seu colo. Nestes tempos confusos que vivemos, ela nos sob o seu manto e deseja mostrar o porquê de cada desafio que nos aparece de forma cada vez mais contundente. Sigamos o que Nossa Senhora de Fátima disse aos três pastorinhos, rezando o terço diariamente¸ com fé e devoção.

Façamos como o personagem João Grilo, da Obra de Ariano Suassuna (O Auto da Compadecida): “Eu vou Apelar. Vou pedir para alguém que está mais perto de nós. Por gente que é gente como a gente. Valha-me Nossa Senhora de Nazaré”. Assim, Maria pode interceder por nós, como intercessora e advogada, junto a seu Filho Jesus, para que possam curar o mundo e nossos corações.

Maio, mês das mães, mês de Maria, mãe de Deus e do Mundo. Que Deus os abençoe!

 

Maceió, 25 de maio de 2020.

 

Raul Messias Lessa
Paróquia Santa Catarina Labouré
Arquidiocese de Maceió/AL

REFERÊNCIAS:

ALVAREZ, R. Maria: a biografia da mulher que gerou o homem mais importante da história, viveu um inferno, dividiu os cristãos, conquistou meio mundo e é chaada de Mãe de Deus. 1º Edição. São Paulo: Globo, 2015.

MIRANDA, A. Por que Maio é o mês de Maria? Arautos do Evangelho. Disponível em: https://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/virgem-maria/porque-maio-e-o-mes-de-maria-192047. Acessado em 21 de maio de 2020.

Maio: mês de Maria. Formação Canção Nova. Disponível em: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/maio-mes-de-maria/. Acessado em 21 de maio de 2020.