A palavra pecado tem sua origem na língua latina, pecattum, significa falta, erro ou ação má realizada por alguém [1], mas essa expressão se popularizou com seu significado especialmente associado as falhas ou desobediências a algum preceito religioso.
Claro que o pecado não se refere somente ao descumprimento de uma norma, o conceito de pecado dentro da doutrina cristã tem um sentindo muito mais moral do que seu significado dicionarizado, o pecado é uma livre opção por algo que é sabidamente incorreto.
Mas quando se fala em pecado muitas pessoas logo questionam o porquê de Deus permitir que isso aconteça, mas é próprio do livre-arbítrio que o ser humano possa escolher se deseja seguir de acordo com a vontade de Deus, se não tivéssemos essa possibilidade de negar a Deus não teríamos também a possibilidade de o buscar.
Lembrando que somente pecamos quando agimos livremente e se temos capacidade moral e intelectual de percebermos o erro que cometemos, por exemplo um bebê não peca ao pegar um brinquedo de outra criança, pois ele ainda não possui capacidade de compreender o conceito de propriedade nem de diferenciar o que é seu ou de outro, diferente se um adulto fizer isso.
Sendo assim, o pecado é sempre e antes de mais nada uma ofensa a Deus, sempre quando nos encontramos diante de uma situação de pecado temos a opção de seguir e pecar ou de buscar o que é correto, e independente de quanto pareça tentador, e de quão vantajoso pareça cometer aquele pecado, obviamente, a escolha por Deus é sempre superior, porém mesmo sabendo disso, ainda assim frequentemente acabamos optando pelo pecado.
E uma das consequência naturais do pecado é a vergonha, e a vergonha que é a autoconfirmação de que fizemos algo sabidamente incorreto, e sempre que passamos por algo vergonhoso tentamos fugir das situações que nos deixou envergonhados. E o problema disso quanto mais acumulamos pecados mais envergonhados ficamos podendo chegar até mesmo a tentar fugir de Deus.
A pessoa que peca muito começa a sentir vergonha de se confessar, com isso ela para de rezar sozinha pois tem medo de se aproximar de Deus, o medo cresce e ela para de frequentar a missa, e assim consecutivamente até abandonar de vez a sua crença, e faz isso não por uma descrença real, mas para evitar o constrangimento de buscar a Deus depois de pecar.
Mas se escolher ao pecado em vez de escolher a Deus já é uma escolha bastante questionável, se afastar de Deus é algo ainda mais absurdo, pois se mesmo próximo de Deus vocês está cometendo erros, por que acha que longe dele algo iria melhorar?
Precisamos saber que vamos sentir vergonha quando pecarmos e isso é natural, mas não se pode permitir que essa vergonha cresça a ponto de nos afastar de Deus. Pois, assim como o pecado é uma escolha livre, a proximidade ou distanciar de Deus também é. Deus nunca fugiu ou afastou-se de alguém, mas cabe a cada um decidir e buscar a direção que vai seguir.
Deus é amor, não esqueça disso, ele sempre perdoa os que tem o coração arrependido, a prova disso é que Ele nos deixou o sacramento da confissão para que sempre que falharmos, possamos de modo seguro buscar nossa reconciliação, e não se assuste se achar que seus pecados são muitos ou que são graves, se você está de fato arrependido Deus irá lhe perdoar quantas vezes necessário.
Wallyson F. Lira
Paróquia Nossa Senhora das Dores
Diocese de Crato – CE
Notas
[1] Dicionário Escolar Latim-português de Ernesto Faria.