“Vamos subir ao monte do Senhor, para que ele nos mostre os seus caminhos e nos ensine a cumprir os seus preceitos” (Is 2,3)

Domingo de manhã. É hora de voltar da balada de sábado ou esticar aquele sono acumulado da semana. Não neste domingo! Não para nós! O Segue-me de Campo Grande/MS escolheu e decidiu fazer diferente. Mesmo com voz de sono – já diz a canção – acordamos cedo e, a exemplo de Jesus narrado no Evangelho de Mateus, subimos à montanha, neste caso ao Morro do Ernesto. Se a intenção era transformar a trilha com a presença do Espírito Santo, ela foi atingida. Pelo menos nesse 18 de agosto o local foi rebatizado para Morro de Amor.

Enquanto muitos insistem em manifestar pelos quatro cantos que a juventude está perdida e não quer nada na vida, 160 integrantes do Batalhão de Amor campo-grandense contrariam essa tese e seguem pela rodovia MS-080 para mais uma missão. Tarefa que ganhou um caráter especial, pois na comemoração da Assunção de Nossa Senhora, rezamos o Super Terço do Segue-Me. Quem precisava de carona, conseguiu. Quem estava com sede já emprestou uma garrafinha, aqui ninguém fica de fora.

Chegamos ao pé do morro. Antes da subida, um pouco de saúde. Cada seguidor pega seu kit (uma sacochila com frutas, sanduíche e colinha para o terço) e segue para o aquecimento. Com os corpos preparados, é hora de aquecer a alma. A oração do Creio e o primeiro mistério dão início aos 2.300 metros de caminhada. A cada ave-maria rezada, o organismo poderia até ficar cansado, no entanto, o espírito se revigorava e dava forças para continuar.

Durante nossa andança, era nítido o reflexo da vida cristã. Às vezes é muito fácil pisar, vemos o chão e temos segurança. Em outras, o caminho se mostra traiçoeiro, os olhos são enganados, escorregamos, quase caímos, mas aprendemos que no futuro é bom tomar cuidado em terrenos desconhecidos. Com Fé e Oração, as pedras e a difícil via são vencidas, pois o seguidor tem apenas um objetivo: buscar o alto.

De tempos em tempos uma pausa era feita para que um Mistério Glorioso fosse rezado. Era bonito saber que estávamos bem acompanhados na subida. No segundo mistério, após a ressurreição, contemplamos Ascensão de Jesus aos Céus. E no quarto, Ela, nossa mãezinha, foi Assunta aos Céus. Enquanto isso, ouvia-se “Quer água aí?”, “Vamos, amiga! Força!”, “A gente vai conseguir”. A ajuda era mútua, queremos o céu também. E aqui, ninguém fica de fora.

Enfim, o tão aguardado topo do Morro do Ernesto. A vista não poderia ser melhor, a natureza arquitetada por Deus mostrava como Ele nos recompensa pelas pequenas privações e sacrifícios que fazemos em seu nome. E se tudo fica melhor quando estamos entre amigos, nosso melhor amigo estava lá, exposto no Santíssimo. Contemplando a vista conosco, ouvindo nossas orações, pedidos e agradecimentos. E dizendo suavemente em nossos ouvidos que valeu a pena chegar até ali.

Valeu a pena! A juventude católica está viva! Viva por aquele que morreu por nós na Cruz! Nada mais justo do que tentarmos devolver uma pequena parte do que recebemos D’Ele. Cada vez mais temos certeza que não pertencemos a este mundo, mas queremos transformá-lo e trazer mais gente para o nosso mundo. Naquele domingo e nos dias posteriores, cada um de nós pode bater no peito e dizer “MORRO DE AMOR COM ELE, NELE E POR ELE”.

Por Michael Franco

Arquidiocese de Campo Grande – MS