“Senhor, ouvi a Tua voz dizendo: Segue-me. Eis me aqui, Senhor, a Tua disposição.”

Na quinta-feira, 13 de agosto do ano de 2020, o Instagram @seguemebrasil transmitiu uma live sobre vocação sacerdotal. O entrevistador foi o seguidor Aron Santana (@aronsantana), da arquidiocese de Brasília-DF, atualmente no cargo de coordenador da equipe de designer do Segue-me Brasil e Designer Gráfico de profissão.

O entrevistado foi o Padre Paulo Henrique (@padreph), padre da Paróquia Santíssima Trindade, em Anápolis (GO), onde exerce sua missão de sacerdote e seguidor. Apesar de extenso, eis um breve “currículo” do padre que o credencia em sua missão com a juventude seguidora de todo o país: fez o Segue-me em 2001, na Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Corumbá (GO); foi dirigente nos anos de 2003/2004; Coordenador Diocesano, nos anos de 2005/2006; em 2008 formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás, após, exerceu a profissão como servidor público, em um cargo na assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de GO. Em 2009 foi eleito Coordenador Jovem para o Conselho Nacional de Unificação do Segue-me, onde exerceu sua missão até 2015. Todavia, em 2010 surgiram suas inquietações vocacionais – às quais falaremos a seguir – e ingressou no Seminário Diocesano do Imaculado Coração de Maria. Foi, portanto, ordenado sacerdote em 09 de dezembro de 2017.

Contextualizando a entrevista, o jovem Aron falou do cronograma de lives com as vocações leigas, matrimonial, vidas consagradas, agora, vocação sacerdotal. Ao ingressar na chamada, o padre logo lembrou que o dia 13 de agosto corresponde à festa litúrgica da Santa Dulce dos Pobres, uma santa brasileira recente e querida, que a sua vida é um chamado às vocações. Sobre elas, o padre citou a Oração do Seguidor – será lembrada durante toda a entrevista – que é vocacional em sua natureza. Ao questionar “o que queres de mim?” o jovem se coloca à disposição para que Jesus indique sua vocação, e esse questionamento deve ser feito diariamente, pois o Senhor nos fala todos os dias de nossas vidas, ainda que no silêncio de suas palavras.

Em seguida, o Pe. PH foi questionado sobre sua vocação. Neste ponto, ele fez um breve memorial de sua vida em Cristo, desde quando ingressou no Segue-me com apenas treze anos até os dias atuais. Desde adolescente, o jovem Paulo Henrique se envolveu com sua comunidade paroquiana e diocesana. Ao ingressar no curso superior de Jornalismo, surgiram suas “inquietações vocacionais”. Elas nos auxiliam na busca por um chamado vocacional. O adulto PH aparentava ter tudo: uma vida profissional e pessoal estável, emprego e namorada. Contudo, ainda faltava algo.

Essa inquietação o dominou e em suas experiências, ele destaca um encontro com o Pe. Valmir Galdino, de Maceió, onde o mesmo chamou sua atenção para a vocação sacerdotal. Ainda, citou a importância de pessoas que foram luzes e o mostraram como seguir Cristo no movimento, como os jovens William Danilo, Andra Ribeiro e Dayane. Destarte, PH resolveu, enfim, atender ao chamado de dEle, ingressando no Seminário. Segundo seu relato, a partir deste momento ele pode “descansar na vontade de Deus”.

Sobre os desafios de ingressar no Seminário e as mudanças de sua vida, o Pe. relatou que a primeira coisa a ser feita é encontrar a resposta sobre o que Deus quer para nós. Em seguida, é conflitar esta resposta com a que nós queremos para nós mesmo. A maioria de nós tende a acreditar que nossos planos são maiores que os de Deus, porém, a verdade é que os planos de Deus são maiores e melhores que os nossos, e devemos entregar-nos diariamente a Deus. “Senhor, mostra-me o que queres, pois me coloco à Tua disposição”.  

A missão sacerdotal de hoje exige que o padre cumpra cada vez mais o papel de Jesus: uma evangelização pessoal, que passa pelo nome de cada um. O envolvimento do padre com sua comunidade é cada vez maior, e essa simbiose tem gerado bons frutos, com o descobrimento de vocações por vários jovens que escutam o chamado de Deus. Os jovens inquietos devem silenciar o coração para ouvir o chamado de Deus em suas vidas.

Ao final da entrevista, o Pe. ressaltou a pandemia e as dificuldades do mundo em que vivemos hoje. Sua primeira celebração com a igreja vazia ocorrera em 19 de março, dia de São José. A sensação, que inicialmente foi de tristeza e um vazio profundo, logo deram lugar ao entendimento daquilo o que é essencial ao sacerdote: glorificar a Deus, com uma oração bem feita para aqueles que estão em casa. Devemos, portanto, voltar àquilo que é essencial ao cristão: uma experiência com Cristo.

Desta forma, o jovem seguidor deve sempre refletir o que é essencial no Segue-me: o encontro, a equipe de trabalho, a dirigência, ou a experiência viva com Jesus? A função precípua do movimento é ajudar os jovens a descobrirem seus dons, desde que o encarem desta forma. Estar em um cargo de direção no movimento não é porque um é melhor que o outro ou um ato de merecimento, mas um exercício de dom vocacional e doação.

É a pergunta diária do seguidor: o que Jesus quer de mim hoje? O que Jesus quer de você hoje em sua vida pessoal, profissional e comunitária? Nossa vida é um dom, porque nos alegramos na doação. No encontro pessoal com Cristo e no encontro dos outros com Cristo. Quando nos colocamos à disposição de Cristo, nós seguimos o Seu chamado: seja para apreciar as belezas do Monte Tabor ou o sofrimento do Calvário. Independente, Cristo estará conosco.

Haverá um momento em que o jovem seguidor precisará dar um passo definitivo em sua missão. Até lá, o jovem tem que permanecer vigilante e em oração. Atento para o chamado de Deus, pois Ele se manifesta nas mais diversas formas, inclusive no silêncio. Se nos entregarmos a Cristo, poderemos segui-Lo para onde Ele quiser, ser apóstolo com Seus apóstolos e discípulo com os Seus discípulos.

Senhor Jesus, queremos ser “Tua testemunha a pregar o Teu Reino neste mundo que espera Tua salvação.”

Amém.

Você pode assistir à live na íntegra por meio do nosso canal no YouTube:

Raul Messias Lessa
Paróquia Santa Catarina Labouré
Arquidiocese de Maceió/AL