Antes de ser tornar a Santa Francisca Romana, Francisca pertencia a uma rica família de patrícios romanos e seus pais proporcionaram-lhe uma zelosa educação cristã, acompanhando a mãe nas práticas cristãs como as orações, visitas a igrejas, penitências, entre outras.

Francisca frequentava muito a Basílica de Santa Maria Nova, a preferida de sua mãe e foi ali, que ela começou a receber, ainda criança, direção espiritual de Frei Antonio di Monte Savello.

Aos onze anos, manifestou o desejo de consagrar-se a Deus pelo voto de virgindade.

Francisca sempre foi esposa exemplar. Debaixo das belas joias e elegantes trajes em que se apresentava em público por desejo do marido, Francisca vestia uma tosca túnica de tecido ordinário. Dedicava à oração suas horas livres, e nunca negligenciava as práticas de vida interior.

Três anos após seu casamento, contraiu uma grave enfermidade que se prolongou por doze meses. Mesmo com todos os medos de seus familiares, Francisca, não temia, já que sua vida e saúde estavam nas mãos de Deus. Após a aparição de Santo Aleixo, que colocou seu manto dourado sobre ela, a sua saúde foi restituída.

Após sua cura, Francisca decidiu, levar uma vida mais conforme ao Evangelho, renunciando às diversões inúteis e dedicando mais tempo à oração e às obras de caridade.

Francisca foi exemplo de mãe. Sempre unia ao carinho materno a firmeza da boa educadora, corrigindo seu filho em suas infantis manifestações.

Por volta de 1413, a fome se abateu sobre Roma e mesmo assim, Francisca continuava muito generosa, sempre ajudando os mais necessitados, inclusive distribuindo parte dos alimentos reservados para a sua família. Por ordem do seu sogro, foi proibida de continuar os trabalhos e assim, começou a pedir esmolas para eles.

Ainda em 1413, apareceu-lhe seu filho falecido havia pouco, tendo a seu lado um jovem do mesmo tamanho, parecendo ser da mesma idade, mas muito mais belo.

— És realmente tu, filho do meu coração? — perguntou ela.

Ele respondeu que estava no Céu, junto com aquele esplendoroso Arcanjo que o Senhor lhe enviava para auxiliá-la em sua peregrinação terrestre.

— Dia e noite o verás ao teu lado e ele te assistirá em tudo — acrescentou.

Aquele Espírito celestial irradiava uma tal luz que Francisca podia ler ou trabalhar à noite, sem dificuldade alguma, como se fosse dia, e lhe iluminava o caminho quando precisava sair à noite. Na luz desse Arcanjo, ela podia ver os pensamentos mais íntimos dos corações, recebendo o dom do discernimento dos espíritos e o de conselho, os quais usava para converter os pecadores e reconduzir os desviados ao bom caminho.

Francisca também teve outras visões, inclusive do inferno. Ela viu em pormenores os suplícios pelos quais são punidos os condenados, de acordo com os pecados cometidos. Viu ainda como os atos de virtude praticados pelos bons atormentam essas miseráveis criaturas e prejudicam sua ação na terra.

 

Comprometida como estava pelo matrimônio, somente depois da morte do esposo, em 1436, Francisca pôde afinal realizar o maior desejo de sua vida: fazer-se religiosa. Entrou como mera postulante na congregação por ela fundada.

Santa Francisca Romana teve vários dons sobrenaturais e carismas. Ela tinha visões de seu Anjo da Guarda, do combate entre as forças satânicas e as forças celestiais, profecias, colóquios com Jesus Cristo e Nossa Senhora, além de visões dos sofrimentos do inferno, do purgatório e da felicidade profunda do céu, deixando claro que o maior sofrimento na terra, não tem comparação com a felicidade do céu. Por isso, suportava tudo com amor, paciência e perseverança.

Ao elevá-la às honras dos altares, em maio de 1608, o Papa Paulo V qualificou-a de “a mais romana de todas as Santas”. E o Cardeal São Roberto Belarmino, que contribuíra decisivamente, com seu voto, para a canonização, declarou no Consistório: “A proclamação da santidade de Francisca será de admirável proveito para classes muito diferentes de pessoas: as virgens, as mulheres casadas, as viúvas e as religiosas”

Santa Francisca Romana é a representação da mulher forte, cristã fiel, mãe bondosa e guerreira, sempre orante, resiliente e crente nas promessas de Deus para a sua vida e de sua família.

É um exemplo a ser seguido por todas as mulheres cristãs e católicas. Uma vida intensa de oração como a de Santa Francisca Romana, nos dá forças para enfrentar as adversidades da vida e lutar pelos nossos.

Que nós, mulheres, em todas as nossas versões (profissionais, donas de casa, esposas, filhas, mães) sejamos um pouco de Santa Francisca todos os dias, espelhando para os que estão ao nosso redor como a oração e a fé tem forças para agir em nossas vidas.

“Ó Deus, que destes a Santa Francisca Romana a graça de viver o sacramento do matrimônio, a maternidade e a vida religiosa com toda fidelidade e perseverança, dai também a nós a graça de vivermos bem nosso estado de vida (casados, solteiros ou consagrados). Que nossa vida seja abençoada pela intercessão de Santa Francisca Romana e que suas visões do céu nos ajudem a desejar e a procurar de todo o coração pátria celestial. Amém. Santa Francisca Romana, rogai por nós.”

 

Jéssica Delmoni

Arquidiocese de Maceió

Paróquia de Santa Catarina Labouré