Em fevereiro de 2022, a bela cidade de Petrópolis – cidade de Pedro – viveu sua maior tragédia humanitária, econômica e social. As fortes chuvas ocasionaram enchentes e deslizamento, deixando, até o presente momento, 233 mortos.

Em 21 de fevereiro a FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, estimou uma perda de mais de 665 milhões de reais, representando cerca de 2% do PIB municipal.

As imagens, amplamente divulgadas na grande mídia nacional e em redes sociais, deixaram todos atônitos com o impacto da força da natureza sobre as pessoas, deixando-as frágeis e indefesas, frente às fortes correntezas das enchentes e a força da terra nos deslizamentos.

Diante do cenário catastrófico, o Papa Francisco prestou sua solidariedade às vítimas na sexta-feira, 18/02/22, por meio de um telegrama enviado pela Santa Sé ao Bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão Neto, afirmando:

 

“Santo Padre, ao tomar conhecimento com profundo pesar das trágicas consequências do deslizamento de terras nessa cidade, confia ao Senhor Bispo transmitir às famílias das vítimas as suas condolências e a sua participação na dor de todos os enlutados ou despojados de seus haveres”

 

Desejou, também, o pronto restabelecimento, serenidade e consolação da esperança cristã para todos os atingidos, direta e indiretamente.

Apesar de toda a tragédia que abalou o Brasil e o mundo, a solidariedade do povo brasileiro, novamente, fez a diferença. Por meio de uma cadeia nacional de doações, voluntários fizeram chegar aos mais necessitados o básico para proverem suas necessidades. Subindo os morros de moto, carros tracionados, e até mesmo a pé, eles mostraram a melhor face do povo brasileiro: a da caridade.

Ademais, entes e entidades públicas e governamentais utilizaram de seu pessoal na ajuda ao resgate, acolhimento, identificação, dentre outros procedimentos em grandes desastres. Dentre elas, a CNBB reafirmou seu compromisso cristão, convocando todos os católicos a ajudarem em doações e orações[1].

A tragédia de Petrópolis nos relembra a fragilidade humana frente à natureza que muitas vezes ignoramos e achamos dominá-la. Chama a atenção que ainda em 2022 parecemos não evoluir na ocupação do espaço urbano, principalmente em encostas. O desenvolvimento econômico só é possível quando caminha junto à preservação do meio ambiente, visando à proteção das próximas gerações.

O que a chuva levou em segundos, o homem levará anos para reconstruir. No entanto, carregados na fé em Cristo, guiados pelo Espírito Santo e por Maria, juntemo-nos em oração à “cidade imperial”, para que Deus acalente o coração de todos os seus moradores e conforte as famílias que perderam seus entes.

Maceió, 11 de março de 2022

 

Raul Messias Lessa

Arquidiocese de Maceió-AL

Paróquia de Santa Catarina Labouré

 

Consultas:

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/02/4986380-papa-francisco-lamenta-tragedia-em-petropolis-e-diz-rezar-pelas-vitimas.html#:~:text=%22Santo%20Padre%2C%20ao%20tomar%20conhecimento,haveres%22%2C%20escreveu%20em%20portugu%C3%AAs. Acessado em 11 de março de 2022;

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/02/20/tragedia-em-petropolis-maior-registrada-na-historia-o-municipio.ghtml. Acessado em 11 de março de 2022.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Enchentes_e_deslizamentos_de_terra_em_Petr%C3%B3polis_em_2022#:~:text=No%20dia%2015%20de%20fevereiro,apenas%20entre%2016h20%20e%2019h20. Acessado em 11 de março de 2022.

 

[1] Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2022-02/cnbb-catolicos-vitimas-chuvas-petropolis.html. Acessado em 11 de março de 2022.