“Eu tão simples, tão pequeno, um carpinteiro e nada mais. Mas meu Deus olhou pra mim e me escolheu pra ser pai do Filho Seu.”

O Papa Francisco, em mais um gesto de simplicidade e respeito, instituiu o ano de 2021 como o Ano de São José. Tal ato se deve à comemoração dos 150 anos da proclamação de São José como guardião universal da Igreja, pelo Papa Pio IX. Por intermédio da Carta Apostólica Patris Corde “Coração de Pai”, o Santo Padre convida todos os católicos a conhecerem mais sobre a história do carpinteiro que se tornou o pai adotivo de Jesus.

O mês de Março, para os católicos, já é o mês de São José, celebrado no dia 19. Diante desse tempo de incertezas e restrições, como os cristãos devem, então, celebrar o mês e o Ano de São José? Nesse momento de pandemia, as restrições são fundamentais no combate ao vírus, mas nada disso impede que os fiéis mantenham as orações em seus lares. Para isso, o professor Felipe Aquino sugere que leiam um livro sobre a vida do santo e rezem algum devocionário sobre ele (Novena, o Terço de São José, Coroa das suas sete dores etc) junto à família. O autor também preconiza que os devotos devem consagrar-se diariamente ao santo, reconhecendo-o como o nosso intercessor.

Precisamos também, neste ano, refletir sobre o “sim” de José. Deus confiou a ele o seu filho e a família de Nazaré. Um sim silencioso, sem alarde, mas que revela a humanidade e a obediência do santo. A resposta de José a Deus denota algo que precisamos ter nos dias de Hoje: Não podemos duvidar da presença de Deus em todas as circunstâncias. Ele está conosco nos dias felizes, mas também está presente nas horas de angústia, aflição e tempestade. Está também nos dias em que não sabemos o que dizer. Por isso, devemos ser como o nosso simples José e nos colocar diante do altíssimo, entregando as nossas vidas a ele, pois tudo ele sabe.

A empatia, o acolhimento e a alteridade também devem ser premissas neste Ano de São José. Assim como José e Maria tiveram que fugir para o Egito para que Herodes não matasse Jesus, na contemporaneidade, também muitos são explorados e até perseguidos em decorrência da cor da pele, da religião, do lugar de origem. José também era um migrante que saiu em busca de uma vida melhor, de um sonho, de um lugar onde seu filho pudesse se sentir seguro. Em qualquer canto desse mundo, o cristão precisa ser o que acolhe, o que respeita, o que protege os mais vulneráveis.

A Sagrada Escritura não nos dá muitas informações sobre a vida de São José, porém o Evangelho dá a ele o título de justo (Mt 1,19). Isso, antes de tudo, revela a sua santidade, a obediência e a fidelidade às leis de Deus. Foi por isso que José, homem fiel a Lei e aos mandamentos de Deus, escutou a voz do anjo e aceitou Maria como sua esposa.

Ao assumir o filho de Deus, José educa o menino Jesus pelo víeis da simplicidade, do respeito e da obediência a Deus. A Sagrada Escritura nos revela que Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens (cf. Lc 2,52). Nesse contexto, podemos entender a importância da presença de José na vida de Jesus, acompanhando-o, escutando-o, sendo um pai zeloso, bondoso e acolhedor. Por meio da escuta, José não se impôs na vida de Jesus, mas o acompanhou e o respeitou em suas escolhas.

Para o Papa Francisco, este Ano de São José é um convite para que homens e mulheres possam ser também pessoas simples e acolhedoras. A nossa missão hoje é conhecer mais sobre a vida de José e, a partir disso, tomarmos como exemplo a sua vida de santidade. Como na canção, a nossa resposta deve ser Sim. “Eis-me aqui, faça-se em mim o Teu querer, Sou Teu José, simples José e nada mais”. Ainda que não consigamos compreender o chamado, devemos dizer SIM. Seremos felizes como José. SIMPLES ASSIM…

 

Andra Martins Ribeiro

Paróquia Nossa Senhora da Conceição

Diocese de Porto Nacional -TO

 

Canção para ouvir:

 

Referências:

  1. https://noticias.cancaonova.com/igreja/no-mes-de-sao-jose-professor-felipe-aquino-destaca-virtudes-do-santo/
  2. https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-12/ano-de-sao-jose-presente-para-toda-igreja.html